Neo-Criminosos |
Worldbuilding como Crime
Desde o colapso global causado pela Guerra Multiversal, o ato de Worldbuilding — a prática de criar realidades alternativas por meio de imaginação estruturada — tornou-se uma atividade rigidamente regulamentada. Agora, somente entidades governamentais ou corporações com alto poder financeiro, como a NetLife, têm permissão para realizar Worldbuilding.
Para os cidadãos comuns, o Worldbuilding é considerado crime de alto risco, classificado como equivalente à falsificação de moeda ou ao terrorismo cibernético.
- Por que é crime?
O controle sobre o Multiverso é tratado como uma questão de segurança global. Alterações não autorizadas poderiam gerar paradoxos, instabilidades em realidades alternativas ou mesmo mudanças imprevisíveis no inconsciente coletivo de Valex City. - Exceções:
Grandes corporações ou elites ricas podem obter perdões ou autorizações sob o pretexto de “utilidade pública”. Um exemplo disso é o programa “Viva No Seu Mundo”, da NetLife, que utiliza o Worldbuilding para criar realidades personalizadas para seus clientes.
A hipocrisia da lei é evidente: enquanto os ricos exploram o Multiverso para entretenimento e lucro, os pobres são severamente punidos mesmo por experimentos menores ou tentativas de criação artística.
Livelocking: O Novo Hacker
O advento da cibernética e da neurotecnologia deu origem a uma nova classe de hackers conhecidos como Livelockers. Diferente dos hackers tradicionais, os Livelockers usam seus próprios cérebros como computadores, conectando-se diretamente a redes e servidores.
- Como funciona?
Livelockers utilizam implantes neurológicos ilegais para acessar sistemas corporativos e governamentais. Suas mentes funcionam como processadores, permitindo invasões mais rápidas e difíceis de rastrear. - Por que é crime?
A lei de Valex City proíbe qualquer tipo de acesso não autorizado a servidores ou redes, especialmente os pertencentes às corporações dominantes. A exceção são Livelockers contratados diretamente pelo governo ou por grandes corporações, que operam sob licenças especiais.
Livelockers em gangues:
Mesmo com a criminalização, gangues como a Alfajor e a 7 de Setembro mantêm Livelockers em suas fileiras. Esses especialistas são usados para roubo de dados, manipulação de sistemas de segurança e até mesmo ataques cibernéticos contra corporações menores.
Reprogramação Militar
Reprogramar androides ou replorgues para funções diferentes das originais é considerado crime de alta gravidade em Valex City. A reprogramação é vista como uma ameaça à ordem estabelecida, pois pode transformar máquinas projetadas para tarefas inofensivas em ferramentas de destruição.
- Casos agravados:
Se a reprogramação for feita para fins militares ou criminais, a punição é severa, envolvendo longas penas de prisão ou mesmo execução sumária em casos extremos. - Assassinatos por autômatos:
Assassinatos cometidos por androides ou replorgues reprogramados são sistematicamente abafados para proteger a reputação das corporações fabricantes, como a BioMechaCorp.
Apesar das leis, reprogramações ocorrem com frequência nos subúrbios e zonas industriais, onde gangues contratam técnicos clandestinos para modificar replorgues para combates, roubos e outros crimes.
A Lei de um Implante
Com o avanço da cibernética, a Lei de um Implante foi instituída para limitar o uso de aprimoramentos biônicos e evitar a desumanização da população.
- Regra geral:
Cada cidadão tem direito a apenas um implante cibernético ao longo da vida, exceto dispositivos cocleares, que são isentos dessa contagem. - Exceções:
Autorizações especiais podem ser concedidas para elites, agentes corporativos ou militares, permitindo múltiplos implantes.
Implantes ilegais:
Nos bairros mais pobres, é comum encontrar clínicas clandestinas que oferecem múltiplos implantes, muitas vezes utilizando peças roubadas ou de baixa qualidade. Essas modificações ilegais aumentam as capacidades físicas ou cognitivas dos usuários, mas colocam suas vidas em risco.
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