quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

[VALEX TIMES] Dos VTOL

Valex Times é o principal HoloJornal de circulação diária em Valex City.


No mundo de The Replorg, os VTOLs (Vertical Take-Off and Landing) revolucionaram o transporte urbano e interurbano, fornecendo alternativas a aviões e aos carros convencionais e permitindo deslocamentos rápidos acima do tráfego terrestre. Diferente de aeronaves tradicionais, esses veículos mantêm um design similar aos automóveis modernos, mas equipados com motores de propulsão que permitem tanto movimentos horizontais quanto decolagens e pousos verticais.

Neste artigo, vamos explicar o funcionamento dos VTOLs, os controles utilizados pelos motoristas e as duas formas de decolagem disponíveis—incluindo a controversa e perigosa decolagem de emergência.


Estrutura e Propulsão

Os VTOLs de The Replorg utilizam seis motores de propulsão, divididos em duas categorias principais:

  1. Propulsores de Linha (2 motores traseiros)

    • Localizados onde ficariam os escapamentos de um carro tradicional.
    • São responsáveis pela propulsão horizontal, determinando a velocidade do veículo.
    • Controlados pelo pedal do acelerador.
  2. Propulsores de Manobra (4 motores inferiores)

    • Posicionados onde estariam as rodas de um carro comum.
    • Permitem movimentos verticais e laterais.
    • Controlados por uma alavanca de manche, localizada onde ficaria a alavanca de câmbio em um carro tradicional.

As Duas Formas de Decolagem

Os VTOLs podem decolar de duas maneiras diferentes: a forma padrão, segura, e a forma de emergência, arriscada e ilegal quando usada sem necessidade.

1. Decolagem Segura (Take-Off Automático)

  • A forma recomendada e legal de decolar é através do botão "Take-Off", localizado no painel do veículo.
  • Ao pressioná-lo, todos os propulsores de manobra ativam-se na máxima potência, permitindo que o veículo suba em linha reta sem inclinação.
  • Durante esse processo, os propulsores de linha permanecem desativados, garantindo estabilidade.
  • Quando o VTOL atinge a altitude adequada, o botão Take-Off é desativado, liberando os motores traseiros para deslocamento horizontal.

Esse método é suave, seguro e altamente recomendado, sendo o preferido por pilotos experientes e a única forma permitida em áreas urbanas densamente povoadas.

2. Decolagem de Emergência ("Dando um Grau")

  • Esse método envolve ligar os propulsores de linha ao máximo e empurrar a alavanca de manche para trás de uma só vez.
  • O VTOL empina bruscamente e decola em um ângulo inclinado, ganhando altura enquanto se move para frente.
  • Esse procedimento é altamente arriscado, podendo levar a perda de controle, colisões e acidentes fatais.
  • Embora seja destinado apenas a situações extremas, como fugas emergenciais ou manobras evasivas, tornou-se uma prática comum entre jovens que querem impressionar em baladas ou desafiar a autoridade.
  • Fazer isso na presença da polícia pode resultar em multas severas e apreensão do veículo.

Apesar do apelo rebelde, esse método não é considerado adequado para pilotos comuns e é visto como uma imprudência perigosa.


Controles e Direção

O VTOL combina acelerador e alavanca de manche, proporcionando uma experiência de pilotagem dinâmica.

  1. Aceleração e Velocidade

    • O pedal do acelerador controla os propulsores de linha, impulsionando o veículo para frente.
  2. Mudança de Direção (Lateral)

    • Movendo a alavanca de manche para a direita, os propulsores do lado direito perdem força e os do lado esquerdo ganham potência, fazendo o veículo virar para a direita (e vice-versa).
  3. Subida e Descida Manual

    • Para subir, o piloto puxa a alavanca para trás, aumentando a força dos propulsores dianteiros e reduzindo a dos traseiros.
    • Para descer, ele empurra a alavanca para frente, invertendo essa configuração.

Características

Modelo Astros da Embracar - Empresa brasileira de automóveis.

Os VTOL's constumam ter autonomia de em média 2.000 quilômetros, que é quando as baterias de Zeronato (Z0) de Rádio (Ra88) [ZRa] purificado, tem de ser recarregadas. A velocidade máxima média dos VTOL circula na casa dos 450-550 km/h e a altitude pode variar ente 1 e 2 km de altura.


terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

[PERSONAGENS] Rinnosuke Ackerman

Rinnosuke Ackerman é um jovem imigrante filho de um casal que sobreviveu às piores intempéries e adversidades do Inverno nuclear no Japão. Apesar disso, mesmo após a pior consequência da terceira guerra mundial, ele optou por imigrar das ruínas frias e radioativas da península japonesa para Valex City, onde acabou acolhido por Ishizaki, um mediador da Wakizashi. Ele chegou bem durante a crise das Guerra de Kazuma, trazendo consigo a sua irmãzinha Yumi Ackerman. No entanto, acabou sendo em Libertyhood, na padaria de Samuel Johnson, um homem negro descendente de afro-americanos, que ele conseguiu seu primeiro amigo verdadeiro. Após a queda da Wakizashi e a formação do Grupo dos Três, procurou abrigo nas ruas junto a Caio Castro. Personagem de Edigar.

[CONTO] Post-Cleansing

O bar em Templeton Hill era um antro de neon barato e paredes revestidas de aço tijolos vermelhos repletos de mofo e fuligem, cheirando a álcool velho e promessas vazias. Pierre e Mac estavam sentados no balcão, assistindo ao noticiário na HoloTV acima das garrafas alinhadas, cada um com uma garrafa de cerveja Patagoniana nas mãos, um simulacro de Pilsen com gosto de urina.

Um jingle animado tocava na tela.

"Mike Herrera retorna com seu novo single, 'Dreams of Neon Fire'! Já disponível em todas as plataformas sensoriais!"

A tela mudou para um anúncio vibrante. Uma voz feminina, carregada de sensualidade artificial, sussurrou:

"Liberte seus desejos com os novos nanorrobôs afrodisíacos da ValexSynthesis. Compatíveis com o seu amigão!"

Mac bufou e tomou um gole de sua cerveja.

— Essa cidade tá indo pro inferno.

Pierre sorriu de canto.

— Se tivesse ido, já teria chegado.

A programação voltou ao jornal. O âncora, um homem de terno cinza impecável, encarava a câmera com um sorriso polido.

A recém-fundada ValexSynthesis comemora hoje o sucesso absoluto do programa Cleansing. De acordo com os dados mais recentes, 89% dos modelos Replorg PlorgTech 2.0, considerados defeituosos, foram ou eliminados, ou devidamente recolhidos e substituídos pelo modelo atualizado, PlorgTech 2.1. Apenas 15% dos PlorgTech 2.0 foram eliminados. O porta-voz da empresa, Nicholas Rutger, declarou que a atualização garante maior estabilidade e eficiência dos replorgues em setores industriais e domésticos. Vamos agora à entrevista com a chefe do conselhod e acionistas Jordan Evans, que nos fala direto da sede da ValexSynthesis em Valex City.

A câmera cortou para uma belíssima mulher ruiva com um sorriso autossuficiente.

Estamos comprometidos em garantir que todos os nossos produtos atendam aos mais altos padrões de qualidade. O Cleansing não apenas aprimora a experiência dos consumidores, mas também assegura que as unidades defeituosas sejam devidamente tratadas e substituídas sem custos adicionais.

A notícia seguiu, mas Pierre já tinha largado o copo na mesa.

Cleansing, Mac. Eles chamam isso de Cleansing. Dizem que havia pouco mais 1.5 milhão de PlorgTech 2.0, se quinze porcento foram eliminados nas ruas, isso significa mais de 200 mil desses pobres diabos foram assassinados pela General Security... Isso devia se chamar genocídio.

Mac suspirou e girou a garrafa de cerveja na mão.

— Não exagera, Pierre... Esses livros de mulherzinha que você anda lendo estão bagunçando teus miolos... São autômatos, Pierre. Robôs. Se um processador dá defeito, você troca. É assim que funciona.

— Eles são humanos.

— Eles são máquinas.

Nesse momento, uma mulher entrou no bar.

Seus cabelos eram naturalmente brancos, um detalhe que chamava atenção demais. Por isso, usava um boné de beisebol e uma bandana por baixo. Mas o real problema eram seus olhos: as íris vermelhas eram uma assinatura dos replorgues, então os óculos escuros eram obrigatórios acima de lentes de contato castanhas. Possuía, ainda, pesada maquiagem vermelha nas bochechas, como mandava a ascendente moda ClownQuinn.


Ela andou com um equilíbrio estudado até o balcão, sentou-se ao lado dos dois homens e fez sinal para o barman.

— Tequila. Dose dupla.

O barman, Dan, hesitou por um segundo antes de servir a bebida. Ele era um homem magro, de olhar sempre cansado, e preferia não se envolver em discussões.

Ela escutava a discussão entre Pierre e Mac.

— A obra do professor Brooks é essencial pra entender... — Pierre protestava.

— E por que diabos você fica lendo essas quinquilharias... Não basta a Bíblia? — protestou Mac, sempre muito mais conservador.

— Você ficaria surpreso com quantas coisas horríveis já foram feitas em nome da Bíblia e de Deus... — Pierre replicou.

— Balela...

Ela conhecia essa conversa. Já a ouvira antes, em outras bocas, em outros tons, mas o conteúdo era o mesmo. Mac a fazia ferver por dentro, mas ela se forçou a manter a calma. Sequer podia reagir sem se expor.

— Pierre — disse Mac, rindo. — Você leva essa história longe demais. Você acha mesmo que essas coisas sentem? Que pensam?

Pierre se inclinou para frente.

— Você frequenta O’Higgins, Mac. Casas noturnas. Casas de prostituição. Você tem uma favorita lá, não tem? Emilia era o nome daquela PlorgTech 1.0 do tipo P. Me diz, Mac, ela não é diferente das outras? Você não sente alguma coisa por ela? Afinal, você mesmo casado, sempre está lá, e faz questão sempre dela.

O barman, Dan, soltou uma risada seca, enxugando um copo. A mulher-replorgue virou a cabeça levemente na direção deles, curiosa.

Mac hesitou. Bateu a ponta dos dedos na madeira do balcão.

— Não fale como se você também não frequentasse... — Mac ficou corado com a denúncia de sua infidelidade em tons tão claros.

— É... É verdade, mas eu não sou casado... — Pierre riu debochadamente, enquanto Mac tentava recuperar a dignidade, se é que havia alguma.

— Ok. Talvez eu esteja exagerando. Não são só máquinas. Mas também não são humanos.

— Então, se não são máquinas nem humanos — disse Pierre, aproximando-se —, eles ocupam uma posição intermediária entre os dois, certo?

Mac franziu a testa.

— Sim, suponho que sim.

— Então me diz, Mac. Eu nem preciso recorrer ao "livro de mulherzinha" do professor Brooks e ao conceito de Darwinorrobótica, para isso que vou lhe eprguntar... Quais direitos humanos deveriam ser concedidos aos replorgues, e quais não deveriam?

Silêncio.

Mac abriu a boca, mas não saiu nada.

Porque a verdade é que não havia diferença real entre humanos e replorgues em Valex City. Nenhum deles tinha direitos de verdade. Na melhor das hipóteses, humanos gozavam de uma maior tolerância enquanto mercado consumidor... Mas apenas isso, tolerância.

A mulher sorriu de canto, um brilho amargo de satisfação.

Mac soltou um suspiro, pegou a carteira e deixou algumas notas na mesa.

— Você venceu essa, Pierre. Vejo você depois de expediente amanhã. Tenho uma família pra cuidar.

Ele se foi, deixando Pierre sozinho com sua longneck.

A mulher se virou para ele e, pela primeira vez, tirou os óculos escuros e as lentes.

— Eu pago a próxima.

Pierre levantou as sobrancelhas, surpreso, mas sorriu.

— Nesse caso, tequila. Dose dupla.

O barman, que estava de costas, não reparou nos olhos da mulher... Ele estava tão habituado a discussões que muitas vezes resvalavam na agressão física, que o papo de Mac e Pierre caiu na desatenção pela trivialidade. Ele se limitou a servi-la.

— Pierre. — Se apresentou o homem negro de sotaque afrancesado.

— Yulia — Se apresentou a mulher.

Aviso Importante: Qualquer Semelhança é Meramente Coincidencial

 Todas as pessoas, nomes, empresas, eventos e locais mencionados neste contexto ou história são puramente fictícios. Qualquer semelhança com...