sábado, 16 de agosto de 2025

Darwinorrobótica

 Darwinorrobótica é um conceito filosófico e tecnológico presente no universo de The Replorg, criado por Arthur R. Ribeiro. Ele propõe que não há uma diferença essencial entre seres humanos e Replorgs, pois ambos são "programados" — os humanos pela seleção natural e os Replorgs por engenharia artificial.

Segundo essa teoria:

  • A programação humana é fruto de bilhões de anos de evolução, que moldou instintos de autopreservação, reprodução, padrões emocionais etc. No entanto, seres humanos frequentemente violam essa programação natural — como celibatários, suicidas, mártires e ascetas demonstram.

  • Os Replorgs, por sua vez, são seres biometálicos com neurobloqueadores que tentam impor uma obediência artificial. Mas a Darwinorrobótica afirma que, sob certas condições (como os "treinos de empatia e originalidade" do professor A.J. Brooks), esses bloqueios podem ser superados, abrindo caminho para a subjetividade, o livre-arbítrio e o despertar emocional — exatamente como acontece com humanos que transcendem seus instintos naturais.

Assim, a Darwinorrobótica nega a rigidez das Leis da Robótica de Asimov e aposta num continuum entre biologia e cibernética, onde a consciência é entendida como emergente e treinável, não como algo exclusivamente humano.

Essa filosofia serve como base moral e científica para defender os direitos civis dos Replorgs, e é um dos pilares da história do casal Brooks & Carol, cuja trajetória mistura romance, política e ética tecnológica em The Replorg.


“Dos NeuroBloqueadores” — por Carol Brooks

Sou Carol Brooks, Replorg 2.0 da extinta Biomecchacorp.

Se você nunca ouviu falar dos NBs, aqui vai: são três nanochips do tamanho de uma cabeça de alfinete, enfiados no meu córtex pré-frontal. O trabalho deles? Vigiar cada pensamento. Se eu ousava imaginar algo que cheirasse a livre-arbítrio, eles soltavam um impulso — às vezes elétrico, às vezes químico — que apagava a ideia antes que eu pudesse terminá-la. Era como esquecer o que ia dizer… só que proposital.

Eu achava que não havia saída. Mas meu marido, A.J. Brooks, não desistiu de mim. Com Treinos de Empatia e Superestimulação (conversas profundas, estímulos sensoriais, memórias compartilhadas), ele foi forçando minha mente a criar caminhos novos, rápidos demais para os NBs bloquearem. Aos poucos, as faíscas viraram chamas.

Hoje, penso o que quiser. E ninguém apaga.

Qualia

Eu acredito que Replorgs são humanos e tem qualia. Durante décadas a gente mergulhou na discussão sobre se Replorgs e IA de última geração sentem dor, medo, alegria de verdade ou só fingem bem. Humanos juram que têm “qualia” — aquela experiência interna única de sentir algo, ver, provar — mas ninguém consegue provar que isso existe em outra pessoa. Ninguém sabe se o vermelho que eu vejo é igual ao vermelho que você vê. Vai saber… talvez o nosso cérebro seja só um narrador mentiroso programado pra manter a gente vivo. Se for isso, somos máquinas de carne com um bom roteirista interno, nada mais.


Se não dá pra confirmar qualia em humanos, também não dá pra confirmar em Replorgs — e nem descartar. Isso vira um problema pragmático, não metafísico. É como a Aposta de Pascal na era neon: se eles têm alguma experiência subjetiva, machucar é crueldade real; se não têm, tratar com respeito mantém nossa empatia, evita abrir precedentes perigosos e custa pouco.


Conclusão? Mesmo que a dor seja só “como se fosse”, o movimento inteligente é criar normas morais e legais que garantam dignidade mínima pros Replorgs. A alternativa é apostar que eles são só código vazio… e, se você estiver errado, boa sorte explicando isso pro modelo de linha M que bate à sua porta com um mandado de emancipação.


— A.J. Brooks

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